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21 de dezembro de 2024

Ucrânia diz ter sido alvo de 203 bombardeios após invasão russa

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Rússia bombardeia a Ucrânia com mísseis; Kiev diz que invasão é total

O governo ucraniano afirma ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão, no início desta quinta-feira (24/2).

As informações foram divulgadas pelo Ministério da Defesa da Ucrânia. As autoridades de segurança ucranianas garantem que há combates em quase todo o território e que os confrontos militares são intensos. No início da manhã, soldados russos teriam sido feitos prisioneiros.

Já com o rompimento das relações diplomáticas entre Ucrânia e Rússia, os dois países também entraram em uma guerra de discursos. Horas após o início das operações militares no leste da Ucrânia, determinadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, uma segunda onda de mísseis, de acordo com um assessor próximo o mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, teria atingido a Ucrânia.

O governo ucraniano fala em oito mortos e diz que está respondendo aos ataques. Afirmou que 50 soldados russos foram mortos nos combates e seis aviões acabaram derrubados. Trata-se da mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Tanques das forças ucranianas se movem após a operação militar da Rússia em 24 de fevereiro de 2022, em Chuhuiv, Kharkiv Oblast, Ucrânia

Tanques militares russos e veículos blindados avançam em Donetsk, Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022

Vuglegirsk, Ucrânia - 18 de fevereiro: rebeldes pró-russos disparam foguetes de artilharia em direção a Debaltseve em 18 de fevereiro de 2015, perto de Vuglegirsk, Ucrânia. As tropas ucranianas foram forçadas a recuar de Debaltseve após os combates contínuos enquanto os combatentes rebeldes avançam para a cidade, apesar do recente acordo de cessar-fogo

Putin alertou para que nenhum outra nação interfira na investida do país na região separatista na Ucrânia. “Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história”, assinalou.

Em pronunciamento nesta quinta-feira (24/2), Zelensky pediu apoio de todos os militares e da população ucraniana e disse estar distribuindo armas para que todos possam se defender. O mandatário ressaltou ainda que o país “não vai entregar sua liberdade”.

Mapa aponta quais são as áreas bombardeadas na Ucrânia

Veja quais são as áreas bombardeadas na Ucrânia

O governo ucraniano afirma que a invasão não se resume às regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas pela Rússia na segunda-feira (22/2).

“Levantaremos as sanções a todos os cidadãos da Ucrânia que estejam prontos para defender nosso país como parte da defesa territorial com armas na mão. Cortamos relações diplomáticas com a Rússia. Para todos aqueles que ainda não perderam a consciência na Rússia, é hora de sair e protestar contra a guerra com a Ucrânia”, escreveu nas redes sociais.

Segundo a agência de notícias Reuters, militares ucranianos afirmam ter abatido cinco aviões russos, além de um helicóptero, na região de Luhansk, um dos dois territórios separatistas da Ucrânia. O Ministério da Defesa da Ucrânia confirmou, mediante redes sociais, a ação. Já a Rússia, por meio da agência de notícias RIA, negou a informação.

Na Ucrânia, há registros de ataques vindos da Bielorrússia e Crimeia, região anexada pela Rússia. A imprensa russa informou, ainda, que membros de uma milícia em Donetsk, uma das regiões separatistas da Ucrânia, estão prontos para apoiar a invasão.

Zelensky também comparou a ação da Rússia com a atuação da Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial. “A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial. Rússia embarcou em um caminho do mal, mas Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense”, escreveu.

A invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília. Logo em seguida, as sirenes da capital Kiev começaram a tocar. O som foi o primeiro alerta à população de um possível ataque aéreo. O aeroporto da cidade foi esvaziado e teve os voos suspensos.

Otan e União Europeia

Líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia condenaram os ataques russos à Ucrânia. As instituições consideraram o bombardeio o maior desde a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

Nesta quinta-feira (24/2), horas após o início dos bombardeios, chefes da Otan e da União Europeia se reuniram para discutir a crise. As entidades voltaram a defender a “liberdade, a democracia e a paz”. Além disso, prometeram retaliações.

Em pronunciamento, transmitido ao vivo de Bruxelas, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, afirmou que o bombardeio é “tolo” e que essa é uma violação internacional inadmissível por parte do presidente russo, Vladimir Putin.

“É um ataque contra seres humanos. A União Europeia e seus aliados condenam a Rússia. Continuaremos a enviar ajuda humanitária, financeira e militar para a Ucrânia”, frisou.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia. A ideia inicial é dificultar o acesso do país a capitais financeiros estrangeiros e restringir a indústria de tecnologia.

“Putin ordenou ações artroses contra um país soberano, um povo inocente. O que está em jogo é a ordem. Putin traz a guerra de volta à Europa. O povo russo não quer essa guerra”.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Porém, Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, afirmou enfaticamente que essa decisão deve ser da Ucrânia e que Putin não tem o direito de interferir. “Todas as nações têm o direito de escolherem o seu próprio caminho. É a Ucrânia que decide se quer ingressar na Otan e os nossos 30 aliados se aprovam”, iniciou.

Stoltenberg emendou. “Isso não é uma justificativa para a Rússia ocupar o país. A Rússia não pode interferir, usar a força, para mudar isso”, finalizou.

Fonte: Metrópole
Flávia Said/Otávio Augusto
Fotos: Reprodução

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