O secretário da Saúde de Alagoas, médico Gustavo Pontes de Miranda, tratou de temas fundamentais para a ampliação do acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), durante a 1ª reunião de 2023 do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Saúde (Conass), realizada nesta quarta-feira (25), em Brasília. Reunido com a nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, Gustavo apresentou os avanços realizados pela gestão do governador Paulo Dantas.
Entre os temas debatidos no encontro está a criação de um programa para zerar a fila de espera por cirurgias eletivas, represadas durante a pandemia da Covid-19. Assunto que, Alagoas, aliás, já vem tratando com eficiência, desde junho do ano passado, quando a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) lançou a Maratona de Cirurgias. Em 13 edições do programa foram agendados 7.857 procedimentos cirúrgicos e realizados 4.260.
Segundo o secretário, o Programa Maratona de Cirurgias é um divisor de águas entre o antes e o pós-pandemia. Isso porque, durante dois anos, a maioria dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Enfermaria foi destinada, exclusivamente, para atender aos pacientes acometidos pela Covid-19, ocasionando o represamento das cirurgias eletivas.
“Milhares de procedimentos eletivos foram adiados ao longo de 2020 e 2021, no ápice da pandemia da Covid-19, devido à emergência mundial em saúde pública. Entretanto, ao assumirmos a Sesau, em maio do ano passado, nossa equipe planejou e começamos a execução da Maratona de Cirurgias, cujo objetivo é zerar a fila de espera por procedimentos eletivos, assegurando assistência qualificada e humanizada aos mais de 95% de alagoanos que dependem exclusivamente do SUS”, pontuou o secretário alagoano, ressaltando que a determinação do governador Paulo Dantas é “fazer uma gestão focada em quem mais precisa”.
Para ele, é importante perceber que a atual gestão do Ministério da Saúde (MS) tem como foco também zerar essa fila de espera por cirurgias eletivas, e tem se mostrado disposta a ajudar os estados. Isso porque, o Relatório de Cirurgias Eletivas produzido pelo Conass evidencia que o país deixou de realizar, durante os primeiros dois anos da pandemia, cerca de 11,6 milhões de cirurgias e 1,3 milhão de exames diagnósticos. Para isso, o Conselho propôs a criação de um financiamento adicional de R$ 3 bilhões, pelo Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação (FAEC), ampliando de forma rápida a oferta de cirurgias já no início deste ano.
“Percebemos que estamos no caminho certo, pois estamos trabalhando com a mesma sintonia da atual gestão do governo federal, que, assim como o governador Paulo Dantas, preocupou-se com a fila de cirurgias eletivas. Verificamos que o Ministério da Saúde vive um novo momento, com foco em uma atuação para manter a saúde pública com qualidade, e comprovamos que o governador de Alagoas está agindo em total sintonia com o governo do presidente Lula, com uma atuação política no campo progressista, valorizando a ciência em primeiro lugar”, ressaltou Gustavo Pontes.
OUTROS TEMAS
Ainda durante a 1ª reunião de 2023 do Conass outros temas relacionados à saúde pública foram tratados, como a Oncologia, que também sofreu com o impacto da Pandemia da Covid-19, já que vários diagnósticos e tratamentos foram comprometidos. Sobre esta questão, levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), com base em dados repassados pelos principais serviços públicos e privados de referência no País, apontou que houve redução de 70% no número de cirurgias de câncer e queda de 50% a 90% das biópsias.
Realidade que aponta para um cenário futuro no Brasil onde é esperado o aumento significativo nos gastos com oncologia, devido ao represamento dos pacientes não diagnosticados, assim como pela piora do prognóstico dos pacientes não tratados. Sobre este tema, Gustavo Pontes de Miranda ressaltou que a área necessita de um aporte no financiamento, mas, ressaltou que Alagoas conta com um Plano Estadual de Oncologia e possui um Grupo de Trabalho da Oncologia, onde o Estado atua em parceria com representantes dos municípios, do controle social, do Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.
“Mesmo com todas as dificuldades, o Estado conta com um Programa de Reconstrução Mamária, batizado de Ame-se, que é destinado às mulheres mastectomizadas tardiamente, acometidas pelo câncer de mama. Desde 2020, quando foi criado, mais de 100 mulheres já foram assistidas e 27 estão em fase de conclusão do processo, que é realizado no Hospital Metropolitano de Alagoas, com assistência pré-cirúrgica e pós-cirúrgica, além de exames, consultas ambulatoriais e exames”, salientou o secretário de Estado da Saúde, ao informar que para ter acesso ao programa, basta que a mulher mastectomizada procure uma Unidade Básica de Saúde do município de residência e faça uma solicitação, cujo encaminhamento ocorre por meio do Sistema de Regulação do Estado.
Fonte: Agência Alagoas
Foto: Agência Alagoas