O 1º turno das eleições 2020 já é no dia 15 de novembro e pensando nisso o Imprensa Online realiza uma série de entrevistas com os candidatos a prefeitura de Maceió. O objetivo é ampliar o debate político dando vozes a todos os protagonistas e ajudar o eleitor a fazer a melhor escolha para a gestão dos próximos anos da capital alagoana.
Por isso, diante de uma linha editorial democrática, ficou determinado que todos os candidatos vão responder as mesmas perguntas para ajudar na comparação das ideias de cada candidato.
O terceiro entrevistado é o candidato do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Cícero Filho. Jornalista, músico e oficial de Justiça concursado, ele tem 48 anos, é natural de Maceió, formado em direito e pós-graduado em ciências criminais e disputa pela primeira vez uma vaga para a chefia do executivo de Maceió. A vice na chapa é Maria Yvone (PCdoB), economista e funcionária pública aposentada.
1. Quem é o candidato Cícero Filho?
“Sou filho do Cícero Caminhoneiro. Estudei em escola pública, cresci no bairro Colina e moro até hoje na parte alta da cidade. Em 1997 passei no concurso dos correios e em 2006 me tornei oficial de justiça. Em 2014 ajudei a fundar o Sindicato dos Oficiais de Justiça. Sou baixista da banda Depois dos Anjos e amante da cultura Alagoana”.
2. O que o motiva e o qualifica a concorrer ao cargo de prefeito de Maceió?
“Primeiramente destaco o fato de ser um cidadão trabalhador como o povo de Maceió. Sei como é pegar um ônibus lotado para ir ao trabalho e as condições dos serviços públicos oferecidos, pois minha jornada de morador da periferia me possibilitou tais experiências. Não existe qualificação melhor do que a própria vivência e experiências do dia a dia na cidade”.
3. O que representa a sua candidatura a prefeitura de Maceió?
“Represento todos e todas que se indignam com as injustiças sociais da capital. Minha candidatura é uma construção coletiva, formada por pessoas simples e que depositaram em mim suas expectativas de um futuro melhor para nossa cidade. É um projeto amplo e conta com a participação de jovens, mulheres, trabalhadores e trabalhadoras”.
4. Na sua opinião, quais são os maiores problemas da capital alagoana?
“A Maceió vista pela gestão atual é uma Maceió para poucos. Isso é resultado do processo histórico de ocupação do território e da dinâmica econômica dominante. Como resultado, parece haver duas cidades coexistindo, uma representada pela elite e outra pelo povo que trabalha duro e vive em sua grande maioria nas regiões periféricas. É preciso superar esse quadro desigual”.
5. Como o seu plano de governo vai lidar com esses desafios?
“Diminuindo a desigualdade social. Vamos buscar aumentar os Índice de Desenvolvimento Humano Municipal por bairro ou agrupamentos de bairros por meio de ações em conjunto com empresas (gerando emprego e aumentando a renda da população), universidades (levantamento de dados científicos e criação de programas sociais) e o Governo do Estado”.
6. Quais são suas prioridades na gestão da prefeitura de Maceió?
“Aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano; Elevar o padrão de qualidade das escolas, criando metas e referências para isso; Criação de 5 mil empregos emergenciais já no início da gestão para os que ficaram desempregados na pandemia e ampliar a rede de UPAs”.
7. Qual é o diferencial do seu plano de governo?
“Pensando em defender nossa população dos efeitos pós pandemia, nosso plano prevê uma ação emergencial já no início da gestão. Criaremos as condições para a contratação de 5 mil trabalhadores por meio de obras a serem realizadas na periferia e nas grotas de Maceió”.
8. Como é possível desenvolver políticas para uma cidade como Maceió que possui riqueza e pobreza convivendo lado a lado?
“Será um grande desafio. Como já mencionei em tópico anterior, as políticas públicas criadas precisam ter como princípio a diminuição das desigualdades sociais. Isso passa por criar condições para o aumento da renda da maioria da população, investir na melhoria da educação básica e garantir equipamento públicos de qualidade principalmente na periferia da cidade”.
9. Ao menos quatro bairros de Maceió (Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto) vêm enfrentando uma grave crise estrutural e essa situação pode se estender para outras localidades próximas. Como o senhor (a) enxerga essa problemática e quais soluções podem ser tomadas a curto e médio prazo para socorrer as famílias afetadas?
“A Braskem não pode fazer o que bem entender com a população afetada. Vamos exigir o cumprimento dos acordos e a transparência de todo o processo para todos os afetados. Não podemos aceitar que a prefeitura já tenha assinado junto a Braskem quatro termos de cooperação relacionados ao problema da região, e ainda existir deficiências graves no acompanhamento do Plano de Contingência (Placon)”.
10. Por fim, caso seja eleito, o que a população pode esperar de Cícero Filho como prefeito?
“O povo de Maceió construirá junto comigo o governo. Será partícipe e colaborador das ações desempenhadas pela prefeitura. Criaremos mecanismos de contato direto com a população por meio de ouvidorias, programas de criação de políticas públicas e de melhorias dos serviços públicos. Isso fortalecerá os vínculos do cidadão com a cidade”.