O Al-Merrikh, do Sudão, time do ex-jogador do CSA Paulo Sérgio, virou notícia nas últimas semanas. Nove brasileiros que defendem o time de futebol estiveram “ilhados” tentando sair do país de ônibus para escapar da guerra pelo poder. O grupo foi para a ação de resgate no último final de semana e viveu uma situação dramática, após ficar preso em um hotel de Cartum, capital do Sudão. Apenas nesta quinta-feira (27), eles chegam ao Brasil.
A situação difícil foi foi revelada na semana passada por Paulo Sérgio, que defendeu o Azulão em 2020. Ele e os outros atletas brasileiros fizeram apelos ao Itamaraty para serem resgatados, mas segundo eles não houve resposta do governo brasileiro, naquele momento.
— O medo toma conta. Acordei com barulho de tiros. Fiquei deitado. Estávamos praticamente dois meses e meio fora do país, jogando competições internacionais — declarou Paulo Sérgio.
Os jogadores regressaram de viagem há poucos dias e ficaram hospedados num hotel da capital sudanesa, quando duas alas do governo entraram em conflito armado pelo poder. A alternativa encontrada pelo grupo foi o Al-Merrikh enviar um ônibus para buscá-los.
O ônibus chegou a Cartum no domingo, e após resgatar o grupo de brasileiros, a delegação imediatamente seguiu para a fronteira com o Egito. Os grupos paramilitares que duelam pelo poder no Sudão acertaram um cessar-fogo humanitário por 72 horas, para que as pessoas pudessem deixar o país.
De acordo com nota do Itamaraty, o governo seguiu “empreendendo esforços para retirar todos os brasileiros em território sudanês tão logo quanto possível” e que 15 dos 16 brasileiros que estavam em Cartum haviam deixado a capital, incluindo três crianças que saíram em um comboio da ONU.
No caminho até Cairo, capital do Egito, o grupo teve que passar por mais um transtorno. Após viajar 70 quilômetros, o ônibus transportando os brasileiros foi detido em um posto policial por um período de seis horas. O veículo seguiu viagem com excesso de lotação, pois policiais teriam obrigado outras pessoas a embarcar na condução.
O grupo, composto por cinco membros da comissão técnica e quatro jogadores, deixou o Sudão após 30 horas de viagem de ônibus, em direção à fronteira com o Egito.
— Após 30 horas conseguimos sair do Sudão. Estamos no Egito esperando o carimbo no passaporte para seguir viagem — declarou o meia Matheuzinho.
Segundo o atleta, na noite desta quarta-feira (26) finalmente o grupo deixou o Aeroporto Internacional do Cairo em direção à capital paulista.
De acordo com a Associated Press, mais de 420 pessoas, incluindo 264 civis, foram mortas e mais de 3.700 ficaram feridas nos combates entre as forças armadas sudanesas e o poderoso grupo paramilitar conhecido como Forças de Apoio Rápido (FAR).
Fonte: TNH1
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