A escrita sistematizada surgiu por volta do ano 3500 anos a.C., na Mesopotâmia, mas antes disso, os humanos já deixavam registros em paredes de cavernas, as artes rupestres. Todas elas eram feitas em algum meio sólido, mas agora pesquisadores alemães conseguiram escrever na água.
As técnicas comuns de escrita consistem em fazer riscos em um meio que possui força molecular forte o suficiente para manter o formato desenhado fixo, e a água e outros líquidos não possuem toda essa força intramolecular.
Escrevendo em fluidos
Escrever em meios não sólidos não é bem uma novidade, aviões já fazem isso deixando mensagens de fumaça no céu. O ar possui ainda menos força intramolecular que os líquidos, mas ainda sim é possível riscar ele. No entanto, escrever na água era algo ainda impossível de ser feito.
Para escrever em fluidos é preciso que o objeto com que se está escrevendo seja pequeno o suficiente para não causar turbulências no fluido e a consequente dispersão das linhas. No caso dos aviões, eles são pequenos quando comparados ao céu e às letras escritas por eles, mas para a água essa “caneta” precisaria ser infinitamente menor.
Para isso, os pesquisadores desenvolveram uma esfera com cerca de 20 a 50 micrômetros de diâmetro, tamanho que não causa nenhuma turbulência na água. Essas bolinhas minúsculas funcionam a partir de troca de íons, atraindo partículas de tinta por onde passam e consequentemente a deixando marcada.
Movimentando o recipiente, os pesquisadores conseguiram escrever no líquido de forma contínua. Em um recipiente do tamanho de uma moeda foi possível desenhar uma figura semelhante a uma casa, mas com o tamanho do pingo de uma letra i.
Agora, os pesquisadores esperam aprimorar a técnica, fazendo com que seja possível fazer linhas de forma não contínua, através da ativação e desativação da troca de íons, e até mesmo apagar ou corrigir o que foi escrito.
Fonte: Olhar Digital
Foto: Möller et al./Small