
Trabalhadores da Sapatos protestam contra fechamento de empresa pela Secretaria da Fazenda de AL
Na manhã desta terça-feira (15), funcionários de todas as Lojas Sapatos realizam um ato de protesto contra uma decisão da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz/AL) que fechou estabelecimentos da rede de calçados, no último dia 10. Os trabalhadores alegam estar preocupados com seus empregos e temem não receber o salário do mês: “Somos pais de família”. O protesto conta com cerca de 60 pessoas.
Na ocasião, eles criticaram a medida adotada pelo órgão estadual, fazendo uma analogia com a situação da Petroquímica Braskem, que afundou três bairros da capital e continua em pleno funcionamento. Os funcionários defenderam as investigações, mas apontaram um contrassenso por parte das autoridades estaduais.
O gerente da loja no Maceió Shopping, João Ferreira, falou com a reportagem da Gazetaweb, lamentando a realização da força-tarefa realizada pelo MP, na semana passada, contra supostas práticas de sonegação fiscal.
“Espero que o MPE seja consciente e que a justiça seja feita. Não se pode investigar com a gente parado, sem trabalhar. Estou há 23 anos na empresa, conheço a índole dela e desconheço qualquer problema. Só queremos que tudo seja resolvido. Queremos voltar a trabalhar”.

Ato da Sefaz sobre fechamento das lojas – Foto: Divulgação
O objetivo do protesto, segundo eles, não é se rebelar contra o poder público, mas tentar um diálogo com o órgão, para que, assim, as lojas sejam abertas.
De acordo com os trabalhadores, o pagamento de fevereiro está previsto para o próximo dia 20. Com as lojas fechadas, eles temem não receber os salários.
“Foi uma surpresa a operação e o fechamento das lojas. E, com o fim do mês próximo, tememos não receber o salário. Temos filhos, somos pais de família e precisamos do dinheiro, do emprego”, disse a atendente de uma loja no Centro, Marileide Cirilo.
Funcionários também denunciaram excesso de fiscais durante a força-tarefa: “Foi um verdadeiro constrangimento”, afirmou uma funcionária, que preferiu não se identificar.
“Eles chegaram, já anunciaram que não podíamos abrir as portas. Em seguida, vasculharam tudo. Mexeram em pertences pessoais. Até no pó de café. Foi tudo muito constrangedor”, acrescentou ela.

Trabalhadores da Sapatos protestam contra fechamento de empresa pela Secretaria da Fazenda de AL – Foto: Greyce Bernardino
Para o gerente comercial da Rede Sapatos, Janderson Santos, a ação ocorreu de forma infundada e vem deixando os trabalhadores aflitos dia após dia. “Uma decisão (fechamento) dessa, sem fundamento, deixa a gente ansioso com a abertura das lojas. Dia 20 é nosso pagamento e todos aqui tem conta para pagar”, disse ele, acrescentando: “Sabemos que não houve uma condenação, é apenas uma investigação de uma denúncia. Então, temos o direito de voltar a trabalhar”.
Uma funcionária, que também não quis de identificar, relatou como andam seus dias. “Estou preocupada. Quem tem filho, o desespero é maior. Até a dona da casa onde eu moro perguntou se eu tinha perdido o emprego. O constrangimento é grande. E tudo por causa da incerteza de quando as lojas serão reabertas”.
O chefe de gabinete do órgão, Humberto Bulhões, recebeu os gerentes da loja e, neste momento, encontram-se em uma reunião a portas fechadas.
Jobison Barros
Foto: Greyce Bernardino






