Na Prefeitura de Maceió só se fala em uma coisa. “Como o prefeito JHC vai se livrar da condenação de improbidade administrativa pela compra do Hospital da Cidade?”.
Esta preocupação é o que tem tirado o sono do prefeito JHC até na França, onde se encontra o chefe do Executivo. Uma fonte, que o acompanha na viagem, informou que o prefeito não larga o celular e pede que o procurador João Lobo e o “vice-prefeito” Ivan encontrem uma solução para limpar a bagunça criada ao desapropriar e pagar R$ 266 milhões num hospital com apenas 75 leitos. Para o ministro Renan Filho, a compra “cheira a desvio”.
O prefeito teme que ele tenha o mesmo destino do pai, o ex-deputado e condenado por corrupção JC, João Caldas. Ele sabe o que o pai sofreu após a operação Sanguessuga, da Polícia Federal, que descobriu um esquema na compra de ambulâncias. JC ficaria com 10% do valor ao ajudar no direcionamento da licitação. JHC também sabe que não poderia fazer a compra sem licitação, sem aprovação da Câmara e, muito menos, pagar pelo que não foi entregue. Afinal, onde estão os 145 leitos a mais, anunciados na milionária propaganda da Prefeitura de Maceió?
Este gasto excessivo com publicidade, inclusive foi alvo de um movimento esta semana, o MaceióSemH, que mostra os problemas da cidade sem filtro de Instagram. Basta entrar no perfil @MaceiosemH no Instagram. A equipe do prefeito correu para pedir para tirar a crítica do ar, mas o movimento pegou. Nos comentários populares na rede social, estão as mensagens que o prefeito mais temia: “ladrão de leitos”, “o pai roubava ambulâncias e o filho hospitais, é uma evolução”, “aí tem propina” (todas apagadas pela rede social horas depois).
Sem nem um bonjour(sic…), o prefeito gritou que queria dar uma resposta e antecipar a entrega do hospital sem paredes. Foi desaconselhado. Mas do outro lado do Atlântico o prefeito, assustado, já comprou a passagem de volta para colocar nem que seja uma cadeira gigante na porta do hospital. Teremos J no HC em questão de dias. Esta maquiagem será suficiente para enrolar o conselheiro Rodrigo Cavalcante, do Tribunal de Contas, ou a comissão do Ministério Público Estadual?. Nem o mais fiel amigo do prefeito acredita nisso.
O antes “denunciador”, hoje vive tendo que explicar compras e contratos bem cabeludos, como a contratação da Trakto para alugar um aplicativo por mais de R$ 50 milhões. É talvez o “app” mais caro do mundo. O Tribunal de Contas travou o negócio suspeito, mas o Portal da ‘Não’-Transparência da Prefeitura de Maceió não diz se pagou e, caso sim, quanto pagou à empresa de tecnologia, novamente sem licitação. JHC galopa em direção ao destino dele, mas luta para que o final do caminho não tenha uma faixa de “ladrão”.
Fonte: Conecta Alagoas
Foto: Reprodução