Pais de alunos acusam escola de maus tratos e polícia apura se bebês foram colocados em risco
Escola é acusada de maus tratos contra crianças
Denúncias de maus tratos contra crianças, ocorridos em uma escola infantil particular, na Zona Leste de São Paulo, estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Imagens que circulam nas redes sociais, mostram pelo menos quatro crianças chorando e amarradas em uma espécie de camisa de força.
Nas imagens é possível notar que as crianças estão dentro de um banheiro, sentadas em cadeirinhas de bebês, no chão, embaixo de uma pia e próximas à privada. Elas foram amarradas, com os braços presos por panos, como se estivessem imobilizadas.
Além do crime de maus-tratos, a delegacia investiga a unidade escolar por suspeita de periclitação da vida e da saúde, que seria colocar a vida das crianças em risco, e submissão de crianças a vexame ou constrangimento.
A escola acusada dos maus tratos atende crianças com menos de 1 ano de vida até 6 anos de idade, que são do berçário ao Jardim 2. Há cerca de dois anos a mesma escola havia sido investigada por suspeita de maus-tratos contra um aluno. E em 2010, uma aluna chegou morta ao hospital após ter passado mal dentro da unidade escolar.
Foram pedidos mandados de busca e apreensão na unidade escolar por haver indícios de que os crimes seriam recorrentes. Com o pedido, a Justiça autorizou que policiais fossem recolher lençóis que poderiam ter sido usados para prender as crianças. O celular da diretora da escola também foi apreendido para análise.
Após as denúncias, na última segunda-feira, 14, os portões da escola foram cobertos com tinta escura. Antes haviam sido pichados com mensagens como “crime”, “neonasistas [sic]”, “desumano”, “mals-tratos [sic]”, “Justiça”, “lixo”, “demônio”, “Deus ta vendo [sic]”.
A diretora da escola, alguns professores e funcionários já prestaram depoimentos na polícia. Pais de alunos também foram chamados para prestar depoimentos.
A diretora da escola ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Castigos
Uma mãe, em entrevista, contou que “algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia todo de castigo na sala dela [da diretora]” e que “as crianças que estavam fazendo desfralde ficavam trancadas no banheiro por horas”.
“Minha filha ficava sem comer. As crianças que choravam muito eram amarradas no bebê conforto com um lençol, como se fosse uma ‘camisa de força’ e deixava eles trancados dentro do banheiro.”
Outra mãe afirma que o filho de 2 anos voltava chorando para casa depois de ficar na escola. “As professoras falaram que não sabiam o que acontecia lá dentro, mas ouviam os gritos dele chorando muito e ela [diretora] gritando mandando ele calar a boca. A diretora jogou um copo de água gelada na cara dele [do seu filho] e mandou ele acordar para a vida.”
Fonte: Por Sidinéia Tavares
Redação
Foto: Reprodução de vídeo
