O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que os acordos políticos dificultam o avanço da agenda de privatizações da pasta. A afirmação foi feita na segunda-feira (26) durante um evento promovido pela Academia Brasileira de Direito Constitucional.
Guedes disse que o presidente Jair Bolsonaro tem cobrado privatizações de algumas empresas estatais, mas que a “engrenagem” dificulta os avanços das pautas.
“Não conseguimos até agora privatizar empresas. Há acordos políticos que dificultam, há uma mentalidade cultural equivocada. O presidente tem cobrado [privatizações]. Por alguma razão, a engrenagem política não tem permitido que essas privatizações aconteçam”, afirmou o ministro.
De acordo com Guedes, as privatizações não foram prioridade no início do mandato porque o governo concentrou esforços na aprovação da reforma da Previdência e mantinha o foco na reforma do pacto federativo. Com a pandemia de Covid-19, os esforços se voltaram para o enfrentamento da crise causada pelo novo coronavírus.
Mesmo dos atrasos provocados pela pandemia, Guedes disse que o governo conseguiu aprovar projetos que pretendem destravar o investimento, como o novo marco regulatório do saneamento.
O ministro destacou ainda iniciativas em tramitação no Congresso, como a liberalização dos mercados de gás natural, petróleo, cabotagem, setor elétrico e ferrovias.
Para o Guedes, a recuperação do consumo, em boa parte propiciada pelo auxílio emergencial, conseguiu segurar a economia, mas o Brasil só voltará a crescer com uma onda de investimentos.
