Operação Sufoco desarticula bando com atuação em AL e PE
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para apurar o desenvolvimento das investigações das duas mortes por intervenção policial ocorridas durante a Operação Sufoco, deflagrada pelas polícias Civil e Militar de Alagoas no dia 26 do mês passado, em Garanhuns-PE. A portaria foi publicada no Diário de hoje da instituição.
O promotor de Justiça Domingos Sávio Pereira Agra solicitou à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco a designação de delegado especial para apurar as mortes ocorridas na operação policial. Além disso, o promotor fez questionamentos e deu prazo de dez dias úteis para as respostas serem enviadas.
O membro do MPPE quer saber se foi providenciado o pronto isolamento do local dos fatos, se houve a requisição da respectiva perícia e o exame necroscópico e se foi feita a realização de perícia do local do “suposto confronto” com ou sem a presença física do cadáver.
Domingos Sávio pede também que seja instaurado inquérito policial específico para investigação das mortes, com informações sobre os registros de comunicação, imagens e movimentação das viaturas envolvidas na ocorrência. Além disso, o promotor pede a apreensão das armas de todos os agentes de segurança pública envolvidos na ocorrência, submetendo-as à perícia específica.
Ele continua a lista de questionamentos querendo saber que medidas foram adotadas para evitar a remoção indevida de cadáveres e pedindo atenção à possível ocorrência de Fraude Processual decorrente da remoção indevida do cadáver e de outras formas de inovação artificiosa do local do crime. Logo após, pede uma reprodução simulada dos fatos, sobretudo na ausência de perícia do local.
Sobre o socorro aos suspeitos baleados, o promotor indaga como se deu a prestação de socorro e pede que seja informado o protocolo operacional utilizado e se a operação contou com a presença de ambulância e equipe de saúde. “Considerando o planejamento da operação e a previsibilidade de confronto, sobretudo pela suposta periculosidade do alvo do mandado de prisão, que era, segundo consta, do conhecimento dos agentes policiais executores da operação”, diz trecho da portaria.
Em caso de a operação não ter sido acompanhada de ambulância e de equipe de saúde, Domingos Sávio quer saber quais os motivos e se o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, na ausência de ambulância acompanhando a operação, foi acionado, em caso negativo, por quais motivos.
Por fim, o promotor solicitou ao Hospital Regional Dom Moura, em dez dias úteis, cópia do prontuário dos suspeitos baleados e mortos, que foram identificados como João Victor Brandão e José Stelio de Souza, tendo em vista que eles foram socorridos ao HRDM, onde vieram a falecer. Domingos Sávio pediu também cópia dos depoimentos dados durante audiência de custódia pelas mulheres presas na operação.
A OPERAÇÃO
A Operação Sufoco foi coordenada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP) com o objetivo de prender integrantes de uma organização criminosa. Os policiais foram às ruas cumprir 10 mandados de prisão e oito de busca e apreensão em Maceió e na zona rural de Garanhuns, em Pernambuco.
A operação foi coordenada pelo diretor da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), da Polícia Civil, delegado Gustavo Xavier, e pelo comandante do Batalhão de ROTAM, da Polícia Militar de Alagoas, tenente-coronel Marlon Araújo.
A operação Sufoco foi fruto de um trabalho investigativo realizado pela Deic, de forma integrada com o Batalhão de ROTAM. Os mandados foram expedidos pela 17ª vara Criminal da Capital.
De acordo com as investigações, parte das drogas comercializadas em Alagoas pela organização criminosa alvo da operação eram enviadas por um fornecedor de Garanhuns. A operação ganhou o nome de “Sufoco”, pois visa coibir de forma incisiva os grupos criminosos atuantes em nosso estado.
Fonte: Gazeta Web
Hebert Borges