O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com o líder da Rússia Vladimir Putin, por telefone, nesta sexta-feira (26). O mandatário brasileiro afirmou, durante a conversa, que não poderá atender ao convite para visitar o país durante a reunião do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, em junho.
Lula foi convidado para participar do evento em abril, durante a visita do chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, a Brasília. Na ocasião, o chefe do Executivo federal não confirmou a agenda. Nesta sexta (26), ele avisou ao chefe do Kremlin, por ligação telefônica, que não tem disponibilidade para viajar na data.
O titular do Planalto também reiterou a posição do Brasil de conversar com os dois lados da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para negociar o fim do conflito, que já se arrasta por mais de um ano.
Negociação de paz
O diálogo com Putin ocorre dias após um “desencontro” entre Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula do G7, no Japão. O governo brasileiro tentou negociar uma reunião bilateral entre os líderes em Hiroshima, no entanto, nenhuma das três opções oferecidas foi compatível com a agenda do ucraniano.
A reunião chegou a ser negociada e ocorreria no domingo (21) mas o encontro acabou cancelado. Horas depois, Lula disse que esperou, porém, Zelensky não foi à agenda bilateral. Na terça (23), o vice-chefe de gabinete do ucraniano afirmou que “houve um conflito de agendas”.
Em março, Lula conversou com o ucraniano por vídeo, e disse ter ter reafirmado o desejo de criar um grupo de países neutros para intermediarem o diálogo pela paz na região. O mandatário brasileiro também enviou o assessor especial da Presidênica, Celso Amorim, a Kiev, no início deste mês. Amorim também esteve em Moscou, no início de abril.Realizado anualmente desde 1997, o fórum é um dos principais espaços para a comunicação entre os representantes da comunidade empresarial e a discussão das principais questões econômicas enfrentadas pela Rússia, mercados emergentes e o mundo em geral.
O Brasil adota uma postura de neutralidade em relação ao conflito no Leste Europeu. Parceiro da Rússia em fóruns como o Brics, grupo composto por Rússia, Índia, China e África do Sul, o país é visto com bons olhos pelo Kremlin por não fornecer armas a Kiev, como têm feito países do Ocidente.
Fonte: Metrópoles
Foto: Ricardo Stuckert/PR