O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou Lúcio Douglas Rabelo da Silva pelos crimes de homicídio doloso e ocultação de cadáver da jovem trans alagoana Anna Luísa Pantaleão, de 19 anos. Anna Luísa foi encontrada morta às margens de uma rodovia de Pirapora do Bom Jesus, no interior de São Paulo, em setembro do ano passado.
O autor do crime, um jovem de 21 anos, que trabalhava como motorista de transporte por aplicativo, confessou ser o autor do assassinato e já teve prisão preventiva decretada pela Justiça.
A reportagem do TNH1 teve acesso à denúncia oferecida pelo Ministério Público, onde o promotor do caso cita que Lúcio teria assassinado Anna Luísa a facadas e, em seguida, ocultado o corpo da vítima. Ainda é citado que o motorista teria agido com dolo homicida, com emprego de meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Também consta na denúncia que no dia do crime Lúcio havia combinado um programa com Anna Luísa e teria se desentendido com ela, momento em que o denunciado teria a matado com golpes de faca dentro do próprio carro. Após ser golpeada, Anna Luísa teria caído sem vida no interior do veículo.
Após cometer o crime, Lúcio ainda teria envolvido o corpo de Anna Luísa em um cobertor e se dirigido até uma rodovia, onde teria estacionado o carro no acostamento da via, puxado o corpo da jovem para fora do carro e o arrastado para dentro de uma mata. No mesmo local, o motorista dispensou a bolsa da vítima e a arma usada no crime.
— O crime foi cometido por meio cruel, porquanto o denunciado esfaqueou a vítima dentro do seu carro, fazendo com que ela agonizasse sem qualquer chance de socorro, impingindo a ela atroz sofrimento. O delito foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, porquanto o denunciado a atacou durante a madrugada, com uma faca e no interior do seu veículo, dificultando a capacidade de reação e socorro dela.
Finalmente, o crime foi praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, porquanto envolveu violência doméstica e familiar contra é mulher. Com efeito, embora do sexo biológico masculino, a vítima havia adotado identidade de gênero feminina; ela era conhecida e tratada socialmente como mulher, por seus familiares, amigos e pessoas com quem convivia —, cita o promotor.
Ao final da denúncia o promotor ainda pede que Lúcio Douglas Rabelo da Silva seja levado a júri popular. A Justiça de São Paulo já acolheu a denúncia feita pelo Ministério Público e também ouviu testemunhas do caso. Ainda não há previsão para data do julgamento do motorista de aplicativo.
Fonte: TNH1
Redação IO
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